O Twitter deu mais um passo para entrar no negócio de assinaturas, ao anunciar (em 3/05) a aquisição da startup Scroll, do ex-CEO da Chartbeat Tony Haile. A start-up, lançada em janeiro de 2020, remove anúncios dos sites visitados por seus assinantes, destinando parte da taxa mensal de US$ 5 para os editores parceiros.  

Com a aquisição, a ideia é que que os usuários do Twitter acessem notícias sem propaganda ou pop-ups, incentivando-os a ler com mais frequência e intensidade por meio da rede social. Entre os veículos que fazem parte da plataforma estão USA Today, The Atlantic, Vox, Buzzfeed, The Verge e Business Insider. 

Segundo a Scroll, a quantia destinada aos editores pelo serviço é maior do que eles ganhariam ao veicular os anúncios nas matérias.

O movimento foi interpretado pelo mercado como parte da estratégia do Twitter de aproveitar sua posição privilegiada de porta de entrada para o consumo de notícias e lançar seu próprio serviço de assinaturas. No começo deste ano, a empresa havia comprado a ferramenta de edição e publicação de newsletters Revue. 

Mike Park (Foto: perfil LinkedIn)

Mike Park, vice-presidente de Produto do Twitter, sinalizou no comunicado sobre a aquisição da Scroll o interesse em agradar aos que usam a plataforma para acessar notícias:

“As pessoas vêm ao Twitter todos os dias para descobrir e ler sobre o que está acontecendo. Editores, jornalistas e escritores conduzem essa conversa, mantendo o mundo informado e gerando discussões sobre notícias e questões com as quais nos preocupamos coletivamente. 

Se o Twitter é onde ocorre grande parte dessa conversa, deveria ser mais fácil e simples ler o conteúdo a que conduz.

Quem cria e consome notícias sabe que a leitura – e mais amplamente, o jornalismo – merece um futuro melhor. O Scroll nos ajudará a construir esse futuro, resolvendo uma das partes mais frustrantes da leitura de conteúdo online”. 

Tony Haile (Foto: perfil LinkedIn)

Tony Haile, CEO da Scroll, disse em um comunicado que, embora o modelo de negócios estivesse funcionando bem, a empresa precisa se mover mais rápido para inovar, razão para o acordo com o Twitter. 

Em entrevista ao site Axios em 2020, Haile explicou que a Scroll permite um ganho de aproximadamente US$ 46 para cada 1.000 impressões dos usuários na plataforma, quantia significativamente maior do que a que a maioria dos editores cobra pelos anúncios atualmente. 

Enquanto integra seu produto ao Twitter, a Scroll vai pausar temporariamente a inscrição de novos usuários. E a plataforma encerrará o Nuzzel, produto de inteligência de notícias adquirido em 2019.

No futuro, o Twitter planeja incorporar diretamente elementos do Nuzzel na rede social. Os termos do acordo financeiro não foram anunciados. O Twitter absorverá toda a equipe da Scroll, que é de apenas 13 pessoas.

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